Cada década é marcada por um tema de relevância para a população. Um dos grandes assuntos nessa década é, sem dúvida, relacionado ao meio ambiente. Um tema um tanto quanto novo para o Brasil, que possui algumas estatísticas bastante decepcionantes, mas que as novas gerações e empresas de destaque já entenderam o poder de impacto no mercado.
Em relação a educação ambiental, basta olhar para atrás e como, há cerca de 20 anos, o tempo era dedicado a este assunto nas escolas. Era comum ver pessoas jogando lixo em qualquer local, diferente de hoje, que vemos os filhos corrigindo os pais. No mercado, a importância dada a esse tema também não tem sido diferente.
O mercado financeiro tem precificado empresas que se preocupam com o tema e que tem implantado práticas de gestão ambiental em suas organizações. As multinacionais estão inserindo nos seus objetivos estratégicos o cumprimento de ações ambientais, como, por exemplo, a reciclagem de embalagens. Parece que estamos vivendo tempos diferentes, e talvez seja porque deixamos chegar no limite aceitável e estamos preocupados com a perpetuidade da nossa sobrevivência.
Alguns números no Brasil ainda são preocupantes quando olhamos para a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que já está em vigor a mais de 10 anos. Segundo o Panorama de Resíduos da ABRELPE, em 2019, 8% do quantitativo de resíduos não foram se quer coletados, o que representa aproximadamente 7 milhões de toneladas.
Em relação a destinação correta de resíduos, esse cenário é ainda mais assustador. Aproximadamente 40% dos resíduos que são coletados ainda são despejados em locais inadequados, lixões e aterros controlados. Esse montante equivale a 30 milhões de toneladas de resíduos. Cerca de 2.200 municípios no Brasil estão nessa situação com destinação incorreta como conotado nesse documento.
Mesmo diante desse contexto, vale destacar algumas iniciativas sustentáveis que estão sendo criadas visando o reaproveitamento e a logística reversa. A Marca Ambiental, que é uma central de tratamento de resíduos para a destinação correta (com a maior parcela disposta em aterro sanitário), iniciou, em 2018, um trabalho buscando trazer novo conceito para o tratamento de resíduos e propósito para a organização.
Ao longo de 2020, foi criado o Parque de Ecoindústrias, popularmente chamado de “Shopping do Lixo”. O objetivo é buscar o máximo de soluções sustentáveis para todos os tipos de resíduos, visando o reaproveitamento e o retorno para o mercado. Para isso, a Marca Ambiental incentiva empresas para que tenham soluções sustentáveis e inovadoras a se instalarem nesse ambiente para que, cada vez mais, esse objetivo esteja alinhado com nossa identidade empresarial.
Na foto acima, é possível ver a área onde as ecoindústrias estão instaladas. A partir dessa mudança de conceito, a Marca Ambiental fomentou várias empresas com diversas soluções a se instalarem dentro desse site. Hoje, contamos com 10 empresas no parque, sendo cada uma delas com uma solução sustentável para diferentes tipologias de resíduos.
No diagrama acima estão todas as empresas que formam essa teia de solução sustentável e integram o Parque de Ecoindústrias da Marca Ambiental. Além desse objetivo macro, esse projeto também visa fortalecer as empresas através do conceito de grupo, em que cada um sendo facilitador para o outro. Abaixo, segue algumas informações já contendo os números dessas empresas.
Importante ressaltar que o nosso país ainda está muito distante do ideal. Os números relatados acima comprovam o grande desafio que existe nesse setor. No entanto, as empresas e práticas como as demonstradas, fortalecem e mostram que é possível ir além do desejado.
Os números relatam que ainda temos o desafio de encerrar os lixões, algo difícil de se imaginar em 2021. E, ao mesmo tempo, projetos como os desenvolvidos no Parque de Ecoindustrias da Marca Ambiental, que visam valorizar o resíduo transformando em produto, já são realidade. Olhar para boas iniciativas e exemplos é o grande segredo para alcançar algo que tenha propósito e faça sentido. Não basta fazer apenas o básico, é preciso sonhar grande. E, se quisermos viver em um futuro melhor, precisamos lutar pelo presente, hoje.