Estimular o pensamento crítico em relação ao descarte incorreto de resíduos é fundamental. De fato, quantas vezes em nossas vidas paramos para discutir sobre este assunto? Esta pauta precisa estar enraizada em debates, que necessitam iniciar nas escolas e nos acompanhar por onde formos – a partir dessas verdadeiras chamadas para reflexão, na constância que merecem, veremos avanços no pensamento e hábitos da sociedade. Dados de 2018, da Organização das Nações Unidas (ONU), alertam: 99% dos produtos comprados são jogados fora dentro de seis meses. Para acomodar os 7,6 bilhões de moradores do mundo, suprir o uso de recursos e absorver o que é gerado, seria necessário 70% de outro planeta Terra.
Neste 15 de abril, em que se comemora o Dia Nacional da Conservação do Solo, o calendário do Meio Ambiente traz à tona o estímulo a uma crítica social, que não cabe somente às políticas públicas, mas, sim, a cada cidadão observar e rever como tem cuidado de seu resíduo.
Os impactos gerados pelo descarte incorreto prejudicam muito além de rios e mares, considerados os mais atingidos. Nossos solos ficam extremamente propensos a riscos como erosão, contaminação, desequilíbrio e perda de nutrientes.
Tratando-se dos resíduos sólidos urbanos, somente em 2017, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mais de 8,4 milhões de toneladas foram geradas, das quais 71,6 milhões foram coletadas. Tudo isso equivale a 15 milhões de pessoas sem serviço básico. Os dados também revelam que 59,1% foram encaminhados para aterros sanitários, ou seja, mais de 42,2 milhões de toneladas.
As estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), também são claras e chamam atenção para o fato do resíduo mundial ter um aumento de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões até o ano de 2025. Muito mais do que chocar, esses números precisam servir como pontapé inicial para mudanças, com a geração de iniciativas que corroboram um caminho de transformação.
Mitigar os impactos causados pelo consumo versus o descarte incorreto, com práticas ambientais básicas, é dever de todos. Planos e leis a respeito funcionarão em seus potenciais máximos, quando cada um se responsabilizar pelo que é devido.