Logística Reversa diz respeito ao retorno de determinados resíduos a um novo ciclo e é um conceito que tem feito cada vez mais parte da rotina prática das empresas, que buscam adotar hábitos mais sustentáveis que contribuam para a preservação do meio ambiente. O estudo Mercado de Logística Reversa: Tendências Globais da Indústria, Participação, Tamanho, Crescimento, Oportunidade e Previsão 2022-2027 – realizado pela ResearchAndMarkets.com – indica que a expectativa é que o mercado de Logística Reversa cresça e atinja cerca de US$812,6 bilhões em cinco anos.
Alinhado às práticas da agenda ESG – Environment, Social and Governance –, o conceito de Logística Reversa é cada vez mais procurado pela população mundial, haja vista os diversos benefícios que oferece para as empresas e a sociedade, no que tange a adoção de hábitos mais sustentáveis. Deseja saber mais sobre o assunto? Então te convidamos a continuar a leitura deste artigo que nós, do Blog da Marca Ambiental, preparamos.
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Tendência a partir da mudança do comportamento do consumidor
Segundo um estudo da Dentsu International em parceria com a Microsoft Advertising no ano passado, cerca de 91% da população mundial tem escolhido marcas que demonstram as escolhas positivas que fazem para proteger o meio ambiente. Graças a essa mudança de comportamento do consumidor, há registro de aumento de 71% nas pesquisas online por produtos sustentáveis nos últimos cinco anos – como informam dados do levantamento da Economist Intelligence Unit (EIU) a pedido da WWF.
As informações acima acendem um alerta para as empresas de todo o planeta, que devem adotar práticas que previnam o descarte inadequado de resíduos sólidos. Além disso, este é o momento ideal para que as corporações firmem o compromisso de solucionar – ou contribuir para a solução – de problemas que afetam o planeta, como a poluição. Neste conjunto de soluções, a adoção da Logística Reversa torna-se fundamental às empresas que geram resíduos passivos deste conceito.
O que é a Logística Reversa?
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pela Lei 10.936/2022, é responsável por estabelecer medidas que visam a promoção da gestão integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos, além de possuir papel fundamental na criação de metas para enfrentar problemas ambientais gerados pelo descarte inadequado de resíduos no país.
Devido à PNRS, alguns setores são obrigados a implantar a política da Logística Reversa, como fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos, embalagens, entre outros. O objetivo é evitar que resíduos que podem ser reciclados, reutilizados ou reaproveitados sejam encaminhados a aterros ou lixões.
A partir da adoção da Logística Reversa, que é considerada uma etapa importante da Economia Circular, é possível proporcionar aos resíduos sólidos a destinação ambiental correta. Ou seja: itens produzidos com plástico, vidro, papel, entre outros, poderão ser reinseridos no mercado, o que evita seu descarte incorreto em rios, parques, praias e demais ambientes.
Formatos de Logística Reversa
O conceito pode se apresentar no formato pós-venda ou pós-consumo. No pós-venda, o produto volta para a cadeia de distribuição em casos de defeitos identificados antes de chegar às mãos dos consumidores. Em situações como esta, a empresa responsável pelo produto deve se preparar e planejar o recebimento e o encaminhamento dos itens. Assim, o produto pode ser recebido pela empresa, melhorado e pode voltar ao comércio – como forma de agregar valor.
Já no pós-consumo, o consumidor adquiriu, utilizou e descartou o produto – após o prazo de vencimento ou o término da vida útil. Da mesma forma como no pós-venda, neste caso, a empresa deve se preparar e planejar o recebimento e o encaminhamento do produto, desta vez para o processo de reutilização, reciclagem ou para o desmanche completo do material – caso seu reaproveitamento e sua reintrodução no mercado seja inviável.
Benefícios da Logística Reversa
Em 2015, foi assinado o Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente. Este Acordo indica que, no mínimo, 22% de materiais, produtos e embalagens produzidos no Brasil devem ser direcionados para a reciclagem por meio da Logística Reversa.
O estabelecimento do Acordo fez-se necessário diante dos diversos benefícios da Logística Reversa, como a economia de energia e de água durante os processos industriais – como o de produção de papel. Além disso, a Logística Reversa proporciona às empresas outras vantagens, como:
- Aumento da conscientização;
- Reaproveitamento de materiais;
- Redução da produção de lixo;
- Redução de custos e de desperdício;
- Redução dos impactos negativos do descarte incorreto.
Logística Reversa na Marca Ambiental
Aqui, na Marca Ambiental, o Parque de Ecoindústrias é o local ideal para a valorização de resíduos. Um exemplo é a atuação da Vila Recicla, que, em parceria com a MARCA, realiza a reciclagem de resíduos da construção civil em materiais de qualidade prontos para serem reutilizados novamente por meio da Unidade de Beneficiamento de Agregado Reciclado (UBAR). A partir do conceito de Logística Reversa dos resíduos de construção e demolição, promove a valorização de resíduos provenientes de obras e oferece um destino mais nobre, sustentável e adequado a eles.
Além da Vila Recicla, a PneuVix Ambiental recicla 100% do pneu inservível para reintroduzir no mercado seus constituintes básicos na forma de energia e coprodutos. Já a BioMarca beneficia o óleo de fritura pós-consumo para que seja reaproveitado nas plantas de produção de biodiesel, curtumes, entre outras produções.
Conheça mais sobre as empresas que compõem a Teia de Ecoindústrias e o trabalho delas na CTR Marca. Juntas, elas se unem na missão de tornar este mundo cada vez mais sustentável.