A pandemia mudou os hábitos da população, que passou a ficar mais tempo em casa e adotou novas maneiras de vida e consumo. Essa nova rotina criada pela situação da COVID-19, impactou diretamente na forma da produção e descarte dos resíduos gerados em nosso dia a dia. Sobretudo a tomada de consciência da relação ao que descartamos como fonte de contaminação do novo coronavírus, para os profissionais da coleta que ficam expostos aos riscos.

O isolamento social trouxe a suspensão temporária das atividades comerciais, escolares e, principalmente, das empresas com as pessoas em home office. Nesse sentido, a geração dos resíduos se concentrou nas residências, incluindo a produção de muitos descartáveis pelo alto consumo de delivery o que, com certeza, elevou a produção de resíduos recicláveis.

Como pontuado por diversos especialistas, os cuidados ao descartar os resíduos na fonte geradora devem ser observados para que não haja a contaminação, especialmente, de quem lida diariamente com a coleta do lixo e, sobretudo, dos profissionais que trabalham na segregação dos resíduos em associações de catadores.

É necessário ser empático no momento do descarte dos resíduos, principalmente, em residências que tenham pessoas com suspeita ou testaram positivo para o coronavírus. É preciso lembrar que outros terão contato com esses resíduos e, se não forem bem direcionados, podem dar sequência a propagação da doença.

Diante dessa realidade, para a disposição dos resíduos gerados por pessoas sob suspeita, ou que testaram positivo para COVID-19, a recomendação dos órgãos oficiais, por meio dos protocolos publicados, inclusive da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), é que os resíduos contaminados devam ser segregados em sacolas separadas dos demais, fechados com lacre, disposto dentro de outro saco descartável e fixados com uma etiqueta que os identifiquem como “resíduos infectados” e nunca direcionados para a coleta seletiva.

Já nas residências onde não tenha pessoas contaminadas, os cuidados devem ser mantidos, observando algumas recomendações importantes, como:

  •         Embalar bem os resíduos não recicláveis (lixo úmido) em sacos plásticos resistentes para, dessa forma, aumentar a segurança dos coletores;

 

  •         Dispor os recicláveis (lixo seco), preferencialmente limpos, para a coleta seletiva, observando a orientação da Prefeitura quanto ao horário e frequência regular a coleta;

 

  •         Nunca destinar máscaras, luvas, lenços descartáveis junto aos recicláveis, esses devem ser destinados no lixo comum.

 

  •         Após o manuseio dos resíduos, lavar as mãos com atenção e, recomenda-se borrifar álcool 70 na sacola contendo o lixo para descarte.

 

Cada cidadão pode fazer sua parte nesse momento tão delicado. Espera-se que essa pandemia nos incentive a ressignificar a nossa relação com os resíduos que geramos diariamente. É nosso dever pensar nos trabalhadores envolvidos nos serviços de limpeza pública, considerado essencial e, ao mesmo tempo, invisíveis para muitos.