Escrito por Elnathan de Souza Valadares, Analista de projetos.
O aquecimento global, apesar de ser um fenômeno natural, está sendo intensificado pelas ações antrópicas no globo terrestre. À medida em que essa questão climática avança na agenda política mundial, as exigências legais e mercadológicas aumentam e algumas empresas já se preparam para a tendência das legislações cada vez mais restritivas com relação às emissões de gases de emissão de efeito estufa (GEE).
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), 2009, a elaboração de inventários é o primeiro passo para que uma instituição ou empresa possam contribuir para o combate ao aquecimento global, fenômeno crítico que aflige a humanidade neste início de século.
No Brasil, é possível realizar o inventário de uma instituição a partir do Programa Brasileiro GHG Protocol criado em 2008. Este é responsável pela adaptação do método GHG Protocol, um conjunto de métodos baseados em dados e metodologias internacionais, ao contexto brasileiro e desenvolve ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de GEE. Ressalta-se que o Programa Brasileiro GHG vem ganhando destaque e adesão desde o seu início.
O inventário de emissões de GEE é a ferramenta utilizada pelas instituições para identificar, quantificar e gerenciar as emissões positivas e negativas dos GEE dos seus processos, com o objetivo de aumentar a eficiência de suas atividades operacionais, ao mesmo tempo em que mitiga seus impactos, atendendo a políticas públicas, obrigações legais ou demanda de mercado.
Quando se elaboram sucessivos inventários, tem-se um registro histórico para a adoção de medidas de melhoria voluntárias que podem ser consideradas diante de nova legislação ou regulamentos programáticos futuros.
Sua importância permeia todos os aspectos do ESG, pois além de envolver diretamente as questões ambientais e sociais, o inventário possibilita melhorar o relacionamento da empresa com seu público de interesse e aumentar a sua competitividade, pela adequação a padrões e relatórios internacionais de sustentabilidade. Um resultado imediato do diagnóstico é a identificação de oportunidades de melhoria na eficiência operacional da empresa, alcançando, consequentemente, a redução de custos!
A elaboração do inventário, no entanto, não é trivial. Ela envolve a contabilização de todas as emissões de uma organização indo desde o automóvel alugado pela empresa até as emissões decorrentes da decomposição dos resíduos no aterro sanitário, como é o caso da Marca Ambiental. Os cálculos de todas essas emissões seguem metodologias específicas e utiliza dados com alta confiabilidade.
Nesse contexto, salienta-se três políticas de qualificação dos inventários: nível bronze, nível prata e nível ouro.
O nível bronze se refere aos inventários nos quais a empresa não declarou todas as suas emissões. Denomina-se também de inventário parcial. Já o nível prata, denota os inventários que declararam todas as emissões de uma organização. Este foi o inventário que nós, Marca Ambiental, realizamos no ano de 2022, recebendo, por isso, o selo prata em nossa inventário. Contudo, em 2023, nós ganhamos o selo ouro! Isso quer dizer que, além de termos declarado todas as nossas emissões, um Organismo de Verificação (OV), conferiu todos os nossos cálculos, dados e metodologias garantindo que tudo foi feito de forma coesa, científica e representativa.
O Selo Ouro é o prêmio máximo do Programa Brasileiro GHG. Ele é concedido a organizações que calculam suas emissões de GEE de forma precisa. Obter o Selo Ouro é uma tarefa árdua e desafiadora, mas é um passo crucial para um futuro sustentável. As organizações que alcançam esse feito demonstram um compromisso firme com a redução das emissões de gases do efeito estufa, contribuindo significativamente para os esforços globais de combate às mudanças climáticas e passando credibilidade para toda a sociedade e clientes.