No 15 de abril, em que se comemora o Dia Nacional da Conservação do Solo, o calendário do Meio Ambiente traz à tona o estímulo a uma crítica social, que não cabe somente às políticas públicas, mas, sim, a cada cidadão observar e rever como tem cuidado de seu resíduo.
A constante ação humana, seguida do descarte indevido de resíduos causam a contaminação do solo e tem como principais poluentes: o acúmulo de resíduos sólido, como embalagens de plástico, papel e metal, e de produtos químicos, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas. Esses poluentes provocam diversos tipos de danos, como por exemplo: redução de fertilidade do solo, aumento da erosão, desequilíbrio ecológico, redução da vegetação, problemas de saúde pública, contaminação de alimentos, desertificação.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), estima-se que, em 2018, cerca de 6,3 milhões de toneladas de resíduos urbanos não foram recolhidas e destinadas corretamente. Ou seja, 29,5 milhões de toneladas, que correspondem a 82 Maracanãs, foram descartados incorretamente em lugares que não possuem sistemas e medidas necessárias para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente contra danos e degradações.
Descarte consciente na quarentena
Em tempos de quarentena, em que a produção de resíduos se torna ainda maior, é importante refletir sobre o descarte e destinação correta. Principalmente, para quem está sob suspeita ou tenha testado positivo para COVID-19. Separar os resíduos que contenham secreções, o que inclui luvas e máscaras, em sacos resistentes é uma das ações principais a serem feitas. É importante fechá-los com lacre e colocá-lo dentro de outro saco descartável resistente, colocando uma etiqueta que identifique, “resíduo infectado”.
Meios de contaminação
As vias de contaminação dos resíduos indevidamente deixados no solo são diversas: podem ser por absorção solo para a água subterrânea, adsorção dos contaminantes nas raízes de plantas, verduras e legumes, escoamento superficial para a água superficial, inalação de vapores, contato dermal com o solo e ingestão do mesmo por seres humanos e animais.
Segundo Mirela Souto, “os impactos gerados pelo descarte incorreto prejudicam muito além de rios e mares, considerados os mais atingidos. Nossos solos ficam extremamente propensos a riscos como erosão, contaminação, desequilíbrio e perda de nutrientes”, destaca a gestora de comunicação da Marca Ambiental.
Ainda de acordo com Mirela, a maneira mais eficaz de poupar o meio ambiente de danos, é promover a correta segregação dos resíduos e, assim, reciclar o que for possível. “Cabe às autoridades públicas manter campanhas educativas permanentes, que esclareçam à população sobre a importância do descarte correto e, também, adotar medidas de destinação correta, com o devido tratamento, mas cada cidadão precisa fazer a sua parte”, pontua.