Um dia para falar da Reciclagem, 17 de maio. A data foi instituída pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura) e busca estimular a reflexão sobre a importância do descarte correto dos itens de consumo. Trata-se de uma pauta urgente e importante na atualidade, em que além de promover um meio ambiente mais saudável, gera emprego e renda, ou seja, gira a economia.

O Brasil é o quarto maior produtor de lixo no mundo, em média 1Kg per capita, mesmo assim, a reciclagem dos resíduos gerados diariamente é muito baixa. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) no Panorama de Resíduos Sólidos 2020, os municípios brasileiros geraram em 2019 cerca de 79,6 milhões de toneladas de resíduo e a quantidade destinada a reciclagem gira em torno de 3%. Desse volume gerado pelos municípios brasileiro, 45% é de material orgânico, 16% de plástico, 10% de papel e papelão, 14,1% de metais e 2,7% de vidro.

Entretanto, se considerarmos individualmente o beneficiamento das tipologias de resíduos que são mais absorvidas pelo mercado da reciclagem (plástico, metal, papel e papelão e vidro), o panorama nos traz outros números. Para exemplificar, o Brasil reciclou 98,7% das latinhas geradas em 2021, um recorde histórico (fonte Recicla Latas). Também segundo o Compromisso Empresarial para a Reciclagem (CEMPRE) foram reciclados 23,1% de plástico, 66,9% de papel e 25,8% de vidro em 2021.  Esses números mostram que, com a ordenação do setor, é possível produzir grandes resultados e garantir o uso racional de recursos, no sentido de prover o retorno desse material a um novo ciclo produtivo.  

 

Ainda precisamos avançar e as políticas vêm apontando para a necessidade de os estados brasileiros entrarem efetivamente nesse processo.  Só esse ano, foram anunciadas pelo Governo Federal alguns instrumentos legais para incentivar e ampliar a reciclagem de resíduos no País, além da obrigatoriedade do encerramento de todos os lixões, ainda existentes 2.612 segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (ABETRE). Essas determinações estão pautadas na regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Decreto 10.936/22 que ocorreu no mês Janeiro/22, do lançamento do Plano Nacional de Resíduos Sólidos – Decreto 11.043/22 e do Programa Recicla Mais – Decreto 11.044/22, ambos sancionados no mês de abril.

 

Nessas leis, além do objetivo de encerrar os lixões e aterros controlados até 2024, existem prerrogativas que estabelecem a taxa de reaproveitamento dos resíduos de 50% nos próximos 20 anos. Nesse novo cenário, metade dos resíduos devem ser reaproveitados por meio da reciclagem, compostagem, biodigestão e recuperação energética.

 

Dessa forma, o beneficiamento de resíduos tornou-se uma pauta tão importante e positiva que está presente em vários dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentáveis, os ODS, lançados em 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), bem como é parte integrante do pilar ambiental da agenda ESG – Ambiental, Social e Governança – das empresas que estão se estruturando para estarem em um mundo mais justo, próspero, igualitário e sustentável e, assim, tornarem-se mais competitivas e prósperas. 🌎